Sem querer ver
ou sequer falar.
É com a língua que te descubro,
precorrendo o corpo procurando recantos,
provando a variedade oferecida,
humedecendo reentrâncias.
Molhada, inquieta, maleável,
como uma sonda curiosa,
uso-a como se fosse chave-mestra
para entrar em lugares recênditos,
em pedaços proibidos.
Sem ver,
sem falar,
cheirar ou tocar,
conheço-te mais do que nunca,
testo-te mais do que o aconselhável,
invento-te mais do que imaginava.
Identifico texturas, coloco-as no teu mapa,
Catalogo sabores, assinalo-os na memória,
Meço temperaturas, percebo-lhes as intenções.
Lambo-te como se fosses iguaria,
Lambo-te porque te chamas pecado,
porque te chamas gula,
porque me fazes mortal.
A língua pode ser o fio condutor de tanta coisa. Numa questão sensual é sem dúvida o fio condutor principal... tanto nas emoções como nos sentires mais profundos
ResponderEliminarPoema muito excitante e sedutor
Abc
Fio condutor é uma boa designação. Gostei.
Eliminaré Como dizes.
ResponderEliminarnão me oferece dizer mais nada
Eu sei.
EliminarA língua sente e faz sentir . E é assim que deve ser.
ResponderEliminarÉ um facto...
Eliminar