segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Foder.Com



Paloma Faith


Seria
Poderia ser
Terá até sonhado que era
Desejado que o fosse
Queria
Poderia querer
Terá até sonhado que queria
Desejado querer
Conseguiria
Poderia conseguir
Terá até pensado que conseguia
Desejado conseguir

Conhece os ingredientes
Acerta nos temperos
Decorou os tempos de cozedura
Sempre soube gerir equilíbrios
Mas sempre adiou
Levar a receita ao forno
Nunca viu o prato completo
Imagina-o perfeito
Complementar
Imagina-o
Entre cozinhar o sonho
E o sonho de cozinha

Seria
Se o conseguisse
Conseguiria
Se o quisesse

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Shapes






sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Aquele corpo




Aquele corpo que nunca chega
Aquele corpo que vicia
O gosto que se entranha
O cheio que provoca
A voz que hipnotiza
O olhar que convence
As mãos que são milagres
Aquela presença que se quer mais
Aquela existência que é universo
Num só momento e paraliza
Num só instante e realiza
Todo um sonho que se repete
Todo um desejo que nunca cessa
Aquele toque que sossega uma vida
Aquele toque que desassossega uma vida
Que num fechar de olhos faz ver por inteiro
Que num sopro morno faz sentir o paraíso
Que na presença faz tremer, humedecer
Aquele corpo
O
Corpo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A espécie



Entre a fragilidade e o poder
Reside o irresistível
É onde se abrigam os que conhecem
Os que já encontraram o esconderijo
Aqueles que sabem que são diferentes 
Entre o anjo e o demónio
Que penetram no ser
Naquele pequeno espaço
Entre a loucura e o equilíbrio
Habita a mais rara das espécies
A que abdicou das definições
Das habituais convenções
Para viver no precipício
Que os sentidos lhe oferecem
No fio de uma navalha
Que o corpo lhe possibilita
Uma minoria que se esconde
Na mais vulgar das presenças
Enquanto o momento não chega
Enquanto a roupa não sai
Enquanto os outros estão presentes
Os normais inocentes
Os eternos aspirantes 
Os só anjos ou demónios.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Usa-o


Usa-o como uma arma
Como um trunfo
Usa-o para vencer
Para convencer
Para que a rendição seja incondicional
Usa-o para dar
Exigindo receber
Usa-o para fazer a paz ou a guerra
Para capturar ou libertar
Usa-o porque o tens
Porque podes
Porque com ele ditas as regras
Usa-o porque um dia morrerás
E será um desperdício
Entregá-lo como novo
Usa-o para viciar
Para aliciar
Para premiar
Usa-o para o entregar
A quem dele souber cuidar
A quem dele souber usar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Curiosity Killed The Cat


E se tivesses que escolher apenas 10 Séries de TV?



sábado, 20 de fevereiro de 2016

Cru


O sexo deve ser cru
Sem poses ou perfeições 
No sexo há dor e aflição
Há desespero pelo prazer que vem e vai
O sexo é sujo e deixa marcas
Raramente é fotogénico
Muito menos belo
Tem suor
Cabelos que se estragam
Expressões que assustam
Grunhidos que repelem
Mas é esse o sexo que impele
O que solta um cheiro forte que se entranha
O que não tem medo de ser feio
E se faz em qualquer canto
Sexo sem rodeios
Onde a pose é esquecida
Os lençóis não combinam
O sémen não tem destino
E os manuais são desprezados

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Fode-me


Fode-me sempre
Mesmo quando não podes
Mesmo quando não posso
Fode-me para sempre
Mesmo que não pareça
Mesmo que eu não sinta
Fode-me muito
Mesmo que eu não queira
Mesmo que eu não veja
Fode-me bem
Mesmo que eu me distraia
Mesmo que te distraias
Fode-me inteira
Mesmo que o meu corpo ceda
Mesmo que o teu corpo não deixe
Fode-me sem parar
Mesmo enquanto descanso
Mesmo enquanto descansas
Fode-me
Porque sem que me fodas
Sem que te sinta
O vazio é a única certeza.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Versions



(Intellectual version) 

Misturar sabores e dar-lhes igual atenção
Receber a dobrar e oferecer em dobro
Aumentar as mãos que afagam e agitam
Sentir-lhes as diferenças
Estar entre dois mundos
E partilharmo-nos sem barreiras
Dividir emoções
Não ter tempo para demoras 
E, ainda assim, olha-las entretidas
Numa pausa para um cigarro
Cumplicidades indesmentíveis
Segredos irreveláveis
Somos uno, somos muito
Somos aquilo que o corpo nos pede
E conhecemo-nos em crescendo
O momento do arrepio
O local indispensável
O limite onde chegamos
O gosto final de sabores distintos
O ritmo das respirações
Os beijos que se conciliam
As vontades que esperam.

(Porno version)

Duas conas que se aliam
Húmidas e exigentes
Que pedem igual tratamento
Usamos os dedos, usamos tudo
Provamos-lhes os sucos
Instalados no seu meio
Não há tempo para descansos
E as mãos invadem-nos o corpo
Apertam-nos o pau, exigindo-lhe acção
Engolem-nos a meias secando-nos as gotas
E mesmo enquanto fumamos
A tesão não nos deixa
Ao vermos que entre elas
A agitação não esmorece.
Chupam-se incessantemente
Não escondendo os gemidos
As línguas, ensinadas, trabalham com afinco
E as mãos, enganadoramente delicadas,
Abrem buracos para que aprontem
Somos uno, somos muito
Fodemo-nos com mestria
E os corpos que já conhecemos
Entrelaçam-se sem ordem definida
Dividimos o pau em estocadas contadas
Não fazemos esperar as pernas que se abrem
Invadimos os buracos preparados
Com a ajuda de uma língua disponível
 Que aguarda a sua vez
Partilhamos o que deixamos
Quando nos vimos ferozmente
Beijamos-nos molhados
Aquecemos-nos em conjunto
Enquanto aguardamos pelo resto.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

There's no underdogs


Medir vantagens
Ponderar atributos
Avaliar os trunfos
E entrar em campo
Jogando para ganhar
Utilizando as armas possíveis
A estratégia como aliado
O passado como exemplo
A experiência como surpresa
Há vitórias inesperadas
Vencedores improváveis
Heróis de palmo e meio
Prazeres sem tamanho
Triunfos nos detalhes
Corpos que se agigantam
Sucessos pela entrega
Olhos que não comem
Apostas pensadas
Intuições inesperadas
Escolhas de qualidade.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Equilíbrio de variáveis


Podem haver muitas
 Curvas perfeitas cruzadas entre si
Peles suaves e gestos macios
Vozes agudas e sensações coincidentes
Mas a imperfeição, talvez rudeza
Voracidade incontida e impaciência animal
Musculadas decisões e movimentos directos
Vozes assertivas, um pouco mais graves
São precisas para que o equilíbrio
De uma equação variável
Possa ter resultados aceitáveis.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Reality-show


Já não chegam as pipopas
E o filme arrefeceu
A chuva marca o ritmo
A manta convida a mais
Faz-se agora sem perda de tempo
Aproveita-se o cinzento do outro lado da janela
E acrescenta-se cor ao que existe cá dentro
Fazem-se marcas no sofá
Supera-se o volume da televisão
Prescinde-se da manta
Encontra-se posição
Usa-se o tapete para deixar marcas na pele
Assinalando as estocadas
Referenciando os gemidos e suspiros
Sem lareira faz-se outro fogo
E dos corpos a melhor das lenhas
Sem vinho bebe-se o que jorra
E do prazer o melhor dos néctares
O filme tem um final feliz
Antecipado no chão
Onde a chuva pontua a respiração
Onde a manta volta a fazer sentido.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Sexo pelo Mundo



   Mil vergastadas por fazer sexo com aspirador





Um saudita foi apanhado pela mulher a fazer sexo com um aspirador. Foi detido por adultério e arrisca uma pena de dois anos de prisão e mil vergastadas.
"Após 17 anos de lealdade, é assim que este miserável me trata", disse a mulher, que apanhou o marido a fazer sexo com um aspirador e o denunciou às autoridades do distrito de Al-Mansuriyya, na Arábia Saudita. "Sinto-me usada, sinto-me suja", acrescentou ao jornal "Riyadh Daily".
O adultério é um crime punível com pena de morte de acordo com a lei islâmica, normalmente por apedrejamento, mas neste caso em particular, especialistas consideram que a pena será mais "leve".
"Tendo em conta a natureza peculiar deste caso de adultério, no qual o acusado fez sexo com um aparelho doméstico e não com um animal ou com outro ser humano, o juiz decidiu aplicar uma sentença mais leve do que o habitual para este tipo de crime", disse Hakim Ben Ali, especialista em legislação, citado pelo World News Daily Report. E acrescentou: "dois anos de prisão e mil vergastadas é mais do que aceitável para a região".
O acusado diz estar inocente e acusa a mulher de ter inventado tudo.
"Não foi possível confirmar se o suspeito estava a praticar algum ato sexual com o aspirador", referiu o porta-voz da polícia, Saeed Saleh Trad. "Ele foi detido e decorrem investigações".


Fonte: JN

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Soundtrack

 
 
 
 

 
 

Sombra


Estar na sombra não é para todos
Permanecer invisível  ao mesmo tempo que se mantém o poder
Não aparecer, no entanto, manter-se presente
Saber esperar, pacientemente
Conservar a frieza mesmo nos momentos
 Em que o ímpeto parece querer falar mais alto
Não é fácil, não é para todos
Ter o domínio absoluto e, ainda assim, ser discreto
Recusar a vaidade de acenar com as vitórias
Desconhecer o conceito de afirmar a posse
A penumbra assusta
Faz-nos temer a solidão e a perda
Inventa-nos dúvidas e recorda-nos a máxima
"Quem não é visto é esquecido"
As regras dizem, insistentemente, o inverso
As aparências, que iludem, quase nos garantem que estamos fragilizados
Há um universo de contras, um mundo de oposições
Estar na sombra não é para todos
Aceitar os bastidores combina com os mais fortes
Os que aceitam ter tudo
Sem que o resto possa importar
Sem que ostentar seja a regra
Sem que as convenções possam atrapalhar.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Fome


Instala-se a gula
A fome imensa
Alimentada pela imaginação
De quem já provou
De quem conhece os sabores
Sentiu as texturas
Enebriou-se com as formas
Fecha-se os olhos
E a imagem repete-se incessantemente
Torna-se presença agitadora
Toma conta do corpo
A boca saliva traduzindo a urgência
A fome corrói
A gula comanda
Somos, assim, meros escravos do desejo
Ilustres marionetas do que nos alimenta
Do que queremos ser alimentados.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

To tease


Há duas formas de provocar: a que é um início e a que é o fim.
No primeiro caso, o desafio prossegue
No segundo, o medo trava.
Há duas formas de provocar: a que mostra confiança e a que revela carência
A primeira gera alegria
A segunda é triste
Há duas formas de provocar: a que dá água na boa e a dá vontade de rir
A primeira nasce com naturalidade
A segunda não passa de caricatura
Há duas formas de provocar: a que funciona e a que afasta
A primeira é iman
A segunda decadente.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Foder.Com



Blue Eyes Couple


Com eles trata-se de partilhar
Retirar de cada um o melhor que de tem para dar
Embrulhar o prazer num sonhado glamour
Nem sempre conseguido mas sempre sentido
Com eles o sexo trata-se por tu e as palavras não se disfarçam
Troca-se sem precisar escolher
Porque podemos ter tudo
Podemos ter todos
Basta querer
Basta entender
Basta conseguir
Fode-se mais, fode-se melhor
Fode-se sem limites, respeitando
Tê-los é ter as fantasias como naturais
É ter mais do que dois
É recusar recusar o prazer
E com ele sermos mais felizes
Mais honestos naquilo que queremos
É cumprirmos o sonho quando o sonho se sonha
Sem vergonhas, sem embaraços
Com sorrisos, com felicidade anexada.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Na rede





domingo, 7 de fevereiro de 2016

Receita


Uma pitada de mau gosto
Duas colheres de desmazelo
Um pedaço de cabelo teimoso
Um feitio muitas vezes intratável
Algumas cicatrizes de mau comportamento
Tattoos q.b.
Um olhar desafiador, ora frágil, ora perfurante
Regado com uma vontade incontrolável para a aventura
Amassado com um corpo tão vulgar que se torna invulgar
Mistura-se com sexo sem fronteiras
Movimentos energéticos ao deitar e lânguidos ao acordar
Tempera-se com rebeldia, inteligência e sede de conhecimento
Acrescenta-se a predisposição para experimentar e parea se transformar
Cobre-se com sensibilidade escondida
E serve-se durante uma vida inteira.

A sua ingestão continuada não é saudável
E poderá conduzir a graves problemas físicos e mentais
No entanto o sabor viciante garante momentos eternos
De prazer, alegria, desafio e, quem sabe, felicidade.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Borderline


No momento em que nos aproximamos dos limites
Quando o prazer explode mas nos lábios está a palavra "pára"
Decide-se aquilo que somos, aquilo que queremos.
Mais forte, mais suave
Mais hard-core, mais soft-core
Um, dois, três, todos?
Estica-se a corda porque o mais está logo ali
Treme a voz que hesita entre o avanço e o recuo
E se...?
É na fronteira que nos definimos,
Que olhamos para a praia e reparamos até onde fomos
No momento em que o que teorizámos e o que praticamos
Pode estar à distância de um suspiro
Ou de um hemisfério.
Há mais prazer para além do prazer que já conhecemos?
Quanto de nós ainda daremos para nova gota de satisfação?
De que matéria somos feitos? Saberemos, ou pensamos saber?


Em mim


É em mim que te vertes
Em mim que acabas
Sou a foz do teu prazer
Onde desaguam as tuas águas
Sou fim de linha
Estação terminal
Da vontade que te inventei
Sou partida e chegada
Origem e destino
É em mim que viajas
Em mim que te transportas
A minha boca que te vê chegar
O meu corpo que te sente navegar
A minha mente que fazes voar.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Do poder


Do desejo nasce a força
A força de querer mais
A força de querer tudo
Do prazer nascem os heróis
Que salvam corpos
Que salvam a paixão
Dos braços frios da rotina
Do abraço mortal da desilusão
Da vontade insatisfeita


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Elas


Elas são assim e assado
Fazem isto e aquilo
Não sou como elas
Mas sou como elas
Quero isto e aquilo
Fazer assim e assado
Com elas, com eles
O que já vi
O que já fiz
O que puder
Porque não sou como elas
Mas sou como elas.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Na carne


Sai-me do corpo
A forma como te entranhaste
Sai-me da alma
A forma como me habitas
Pago com sangue
O prazer que me injectas
Pago com juros
O vício em que te tornaste
Corro sem freio
Para ser oferenda
Lanço-me no precipício
Para que me envolvas em ti
Entrego-me em pedaços
Para que me construas como quiseres


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Ferozes


É um engano
A suavidade que nos invade a pele
Os gestos feitos com delicadeza
As palavras surdas que se soltam
É acalmia que assusta
Antes que a tempestade se instale
E o furacão se aproxime
É a suavidade, os gestos e as palavras
Que o invocam
E no momento em que as peles se tocam
A suavidade desaparece
Os gestos ganham vida
As palavras são gemidos
Nasce a ferocidade que devora
A brutalidade que invade
Os ímpetos incontroláveis que aceleram
Sem piedade
Sem remorsos
Sem tempo para romance
Saciam-se desejos
Soltam-se demónios
Superam-se limites
Dominam-mos
Somos dominados
Fazemos do outro objecto
Tornamo-lo nossa presa
Mostramos-lhe poderio
E dançamos até cairmos
E regressam as palavras 
Vão-se os gemidos
A suavidade volta a instalar-se
E os gestos a amenizar
O furação passa
A calma sente-se
Os músculos descansam
Os corpos caem